As mulheres negras nunca reconheceram em si o mito da fragilidade que historicamente justificou a proteção paternalista.
Aprenderam desde muito cedo na dureza das lavouras, do comércio informal, que sua vida valia muito mais do que produzia.
A coisificação do povo negro fez com que o machismo sobre as mulheres negras tivesse radicalidade, principalmente na mercantilização de suas vidas e corpos.
Após séculos de exploração de seus corpos e vidas ainda há de forma intensa um processo de erotização e apropriação dos corpos das mulheres negras que na divisão das mulheres entre santas e profanas, as negras são sempre vistas como as profanas.
É uma realidade difícil ser negra latino-americana numa sociedade construída a partir do racismo e do patriarcado. Sendo o racismo uma lógica em que uma raça se organiza para oprimir outra raça, temos isso delineado nos países latino-americanos através da exclusão territorial, social, econômica e política. Onde a mulher negra acaba sofrendo uma dupla opressão, já que há historicamente construída, uma hegemonia de um gênero sobre o outro.
“O papel da mulher negra é negado na formação da cultura nacional; a desigualdade entre homens e mulheres é erotizada; e a violência sexual contra as mulheres negras foi convertida em um romance”, Gilliam.
Ainda hoje, há uma dificuldade em reconhecer as mulheres negras que estiveram no centro das lutas e movimentos sociais e culturais, as heroínas negras são totalmente invisibilizadas.
No Brasil quando do pouco que se fala da resistência negra, quase nada ou muito pouco se fala de Dandara, Luíza Mahin, Carolina Maria de Jesus, Mãe Menininha, Tereza de Benguela, Laudelina Mello e tantas outras mulheres negras protagonistas não apenas de suas histórias, mas da história brasileira.
A toda mulher, negra, de religiões de matriz africana, arrimo de família, que estuda, trabalha, que trás a força, beleza, resistência contra todo Preconceito ....Meu Esperançar e eterna admiração.
#Juntosnaluta
Babá Janilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário