O QUE É ENXAQUECA?
A enxaqueca é um dos tipos de cefaléia (dor de cabeça). A enxaqueca se
caracteriza por uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos
dois), geralmente acompanhada de fotofobia (sensibilidade a luz) e
fonofobia (sensibilidade ao som), náusea e vômito. A duração da crise
varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças. Segundo o
Ministério da Saúde, de 5 a 25% das
mulheres e 2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante
em pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa
porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença
ocorre em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros
antes da puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase.
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaléia em 15 ou mais dias do
mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três
meses, na ausência de abuso de medicamentos.
CAUSAS DA ENXAQUECA.
As causas exatas da enxaqueca são desconhecidas embora se saiba que
elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência
genética. A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de
hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo,
enviando impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição,
seguida de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas,
serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor. O padrão
de crise é sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em
intensidade. O espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o
gatilho para as crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo,
sendo que em alguns a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho
específico. Os gatilhos de enxaqueca mais comuns são:
* Estresse,
* Jejum prolongado,
* Dormir mais ou menos do que o de costume,
* Mudanças bruscas de temperatura e umidade,
* Perfumes e outros odores muito fortes,
* Esforço físico,
* Luzes e sons intensos,
* Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos,
* Fatores hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca
apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo
de migrânea é chamado de enxaqueca menstrual.
SINTOMAS DA ENXAQUECA:
Entre os sintomas de enxaqueca estão:
* Crise de cefaléia durando de quatro a 72 horas, unilateral e pulsátil,
* Náusea,
* Vômitos,
* Bocejos,
* Irritabilidade,
* Sensibilidade à luz,
* Sensibilidade ao som,
* Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente,
* Tontura,
* Fadiga,
* Mudanças de apetite,
* Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras.
DIAGNÓSTICO DA ENXAQUECA.
No Brasil, é estimado que apenas 56% dos pacientes com enxaqueca
procuram atendimento e, destes, apenas 16% se consultam com
especialistas em cefaléias. Um estudo feito em duas Unidades Básicas de
Saúde (SUS), encontrou prevalência de 45% de enxaqueca nos pacientes com
queixa de cefaléia. O diagnóstico de enxaqueca é basicamente clínico. O
médico neurologista fará perguntas como:
Você sente dor em qual lado da cabeça?
Quais os sintomas relacionados à dor?
Qual a duração desses sintomas?
Eles acontecem em ambos os lados do corpo?
Se foram sintomas visuais,como são e em que momento os apresenta?
Algum desses sintomas aparece antes da dor começar?
Seu médico pode querer ter certeza de que não existem outras causas
para sua enxaqueca. Assim, é provável que ele faça exames físicos e
neurológicos. Além disso, o médico irá perguntar sobre seu histórico
familiar, incluindo questões como:
Os outros membros da família têm enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça?
Você usa medicamentos como pílulas anticoncepcionais ou vasodilatadores?
Sua dor de cabeça começa depois que você faz muito esforço, ou após tossir ou espirrar?.
O diagnóstico da enxaqueca é feito clinicamente, seguindo os seguintes
critérios, com base nas diretrizes da Headache International Society.
Para ser diagnosticada a enxaqueca, o paciente precisa apresentar pelo
menos cinco crises com essas características:
Crise de cefaléia durando de quatro a 72 horas (tratamento fracassado ou não realizado);
Cefaléia tendo pelo menos duas das seguintes características:
unilateral, pulsátil, dor de intensidade moderada a intensador agravada
ou impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir escadas, etc).
Durante a cefaléia, ocorrência de pelo menos um destes sintomas: náusea
e vômitos, fotofobia e fonofobia. Nenhum outro diagnóstico que explique
a cefaléia.
TRATAMENTO DA ENXAQUECA.
Antes de
iniciar o tratamento para enxaqueca, é necessário saber se o diagnóstico
está correto e qual o fator desencadeante dela. No geral, o melhor é
evitar esses desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico
quando uma crise aparecer. Os medicamentos para prevenção da enxaqueca
incluem neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos,
antivertiginosos. A indicação, no entanto, dependerá de cada caso.
CONVIVENDO/ PROGNÓSTICO.
Durante uma crise de enxaqueca, siga essas recomendações:
Tome o medicamento:
pessoas que tem enxaqueca frequente devem sempre andar com seus
medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar,
ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna
mais rebelde aos analgésicos. Entenda o que alivia a sua dor: como os
desencadeantes da enxaqueca são diferentes para cada um, a forma de
aliviar essa dor também varia. Alguns dos tratamentos não medicamentosos
mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de
biofeedback, homeopatia e acupuntura. Trate os sintomas separadamente:
como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, os outros sintomas
devem ser tratados de forma tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles
que sofrem com vômitos, pois ele pode golfar os analgésicos, precisando
ir ao pronto socorro para receber drogas injetáveis. Descanse em um
local escuro e silencioso: durante uma crise de enxaqueca, o paciente
não suporta ambientes barulhentos e com muita luz. Por isso, o ideal é
se sentar o deitar, o que for mais confortável, em um local com pouca
luz e sem barulhos, evitando ao máximo atividades que o tirem do
repouso. Faça refeições leves e hidrate-se: beba muito líquido, tanto
água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja
vômito, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves,
procurar um pronto atendimento para receber medicações injetáveis mais
potentes.
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS:
O episódio de
enxaqueca é autolimitado e raramente resulta em complicações
neurológicas permanentes. Enxaqueca crônica pode causar incapacitação
por dor e afetar a execução de atividades diárias e a qualidade de vida.
Quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, diz-se que o
paciente está em status enxaquecoso (ou migranoso).
PREVENÇÃO:
Além dos medicamentos para enxaqueca e cuidados no momento da crise,
você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca:
* Manter um diário da enxaqueca: isso pode ajudar a identificar qualquer coisa que possa desencadear enxaquecas;
* Inclua no diário a data e a hora da enxaqueca, todos os alimentos que
você comeu, atividades que você participou e medicamentos ingeridos;
* Evite alimentos, que desencadeiam a dor;
* Fique atento aos gatilhos psicológicos, como estresse e ansiedade;
* Procure um especialista que lhe indique o medicamento preventivo mais apropriado para você;
* Procurar modificar os hábitos de vida;
* Buscar um especialista para uma mudança alimentar;
* Não se auto medicar.
Fonte: Ministério da Saúde e Acervo Clínico de Dr. Janilson.
DR. Janilson Teixeira
quarta-feira, 26 de julho de 2017
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